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    A ARTE DA INDUMENTÁRIA - PROCESSO DE CRIAÇÃO E PRODUÇÃO DO FIGURINO DE "SANTOS DUMONT ESTÁ VIVO!

    Texto: Fabio Ernesto Mancuzo

    Um ninho de memórias no fundo da alma cantava um dia… Texto traduzido do prólogo da ópera “I Pagliacci” – de Ruggero Leoncavallo. Texto dito no prólogo que abre nosso espetáculo. Texto que ‘fala’ também muito sobre meu processo criativo.

    Minha relação com o fazer teatral começou muito cedo. Peça fundamental no processo de entrada num infinito mundo de possibilidades, minha vó dinda Consuelo era modista. Costurava minhas ideias para figurinos de apresentações que fazia nas festas de aniversário da família – meus primos e irmãos integravam os ‘elencos’.

    Uma das etapas do meu processo de “vestir” ideias consiste em pesquisar – voluntariamente ou não, as épocas e seus respetivos jeitos de vestir. As passarelas e suas criações conceituais são objetos da minha curiosidade. As óperas oferecem um sem fim de possibilidades. Retratam estilos – mais e menos fantasiosos. A opulência do circo tradicional permanece gravada nas minhas retinas de uma longínqua infância, hoje são vistas por jovens deste tempo através dos figurinos de “Santos Dumont Está Vivo!”

    Um carrossel gira em minha cabeça desde a adolescência. Era ideia fixa, hoje circula. Minha inexplicável paixão por trens fez com que não saíssem da minha cabeça (risos) nesses anos em que a peça itinera por estradas… Tudo se transforma em possibilidades. Meu ‘olhar’ criativo é também de produtor. Crio imaginando os processos para chegar à realização.

    Fala-se muito na importância da criatividade no mundo atual e mercado de trabalho. Fantasia, ilusão… Dura realidade quando se tem claro o que se quer ver: a materialização de uma ideia. A questão é que realizar é ‘outra conversa’… Muito em função de que precisamos contar com outras pessoas para o processo de produção, e isso às vezes se torna um fator impeditivo. Um técnico em eletrônica se preparou para consertar eletrodomésticos, e não para fazer um “trem andar’ na aba de um chapéu. Tenho muitas histórias a contar sobre a construção do visual de nosso espetáculo. 

    Por enquanto, convido você a visitar meu “ninho da memórias” através do link a seguir. Montei um álbum de referências que, continuamente, continuo a colecionar memórias afetivas. Entre e fique à vontade! https://br.pinterest.com/fabioemancuzo/santos-dumont-est%C3%A1-vivo/

    PERSONAGENS QUE COMPÕEM A NARRATIVA DO ESPETÁCULO

    ARLECCHINO

    VICTÓRIO

    MAGO RASPUTIM

    Clique na foto acima e surpreenda-se.

    A COMUNIDADE ESCOLAR PARTICIPA DO PROCESSO CRIATIVO. Nas fotos acima, o aluno Jailson Demari – EEEM Nossa Senhora do Carmo – Alvorada – RS, faz reparos no circuito eletrônico do figurino no período do contraturno. 

    ESPANTALHO

    A produção da fogueira cênica para o chapéu do Espantalho aconteceu durante um café. Leda e eu nos reunimos, como de costume, numa confeitaria. Com atendentes e demais frequentadores atentos à nossa função, fomos compondo os tecidos buscando um resultado que causasse impacto.

    ESPANTALHO - SEGUNDO CHAPÉU

    Mancuzo dá os últimos retoques ao chapéu do Espantalho, Inspirado na obra do pintor Modernista Alfredo Volpi e do maestro Heitor Villa-Lobos, um trenzinho se move entre os “cafezais” na aba.

    A obra do pintor Alfredo Volpi foi minha principal referência na criação dos figurinos que ilustram a infância de Santos Dumont. Faço uma citação às noites de junho e os elementos próprios aos festejos dos Santos do mês. As bandeirinhas, figuras recorrentes em seus quadros, saem das telas de Volpi para os meus chapéus.

    ESCAFANDRO

    LE PRÉSENTATEUR

    Aprenda a pronunciar o nome do personagem “Le Présentateur” com a prof. de francês Maria Helena Silveira.

     

    TOUREIRO

    O  eterno fascínio de “Carmen”. A presença Alberto Santos Dumont era frequente em casa de óperas. Propomos um exercício de imaginação: o Toureiro, escolhido da Cigana, abre um baú no qual relembra de sua amada após sua partida. 

    BALÃO BRASIL

    PEPPINO - O CANTOR DE ÓPERAS

    DUMONTZINHO PUPPET

    LE CHANDELIER

    PAPPARAZZO

    MAGO DAS BOLHAS

    O RETORNO DO MAGO

    ALBERTO SANTOS DUMONT

    À esquerda, a primeira foto no papel de Santos Dumont – 2002.

    À direita, a mais recente – 2020, na véspera do anúncio da quarentena da pandemia do Covid19.

    OS SAPATOS DE SANTOS DUMONT

    Nas fotos acima, à esquerda, D. Teresinha Dalalana mede os pés do Mancuzo. A seguir, fotos e vídeo do Fernando – da Sapatos Dalalana finalizando a produção exclusiva do terceiro par de sapatos desde a estreia em peça em 2007. 

    Leda Maria Soares Fogaça - figurinista assistente da “Santos Dumont Está Vivo”, é artista plástica e musicista.

    Natural de São Francisco de Paula, na Serra Gaúcha, reside em Porto Alegre em 1975.

    Lecionou por 30 anos na rede pública de escolas do Estado do Rio Grande do Sul – da alfabetização ao 5.° do Ensino Fundamental. Ocasião na qual fundou um orfeão em sua escola, do qual foi regente.

    A partir de sua aposentadoria como educadora, aperfeiçoa sua técnica de pintura a óleo. Especializa-se em pintar paisagens vivas em sua memória afetiva – especialmente cavalos, da fazenda onde viveu sua juventude. Dentre seus mestres estão Rosa Cavalheiro, Izabel Marrone e, em especial, Volnei Petiz – o Volpetiz.

    Seu trabalho foi premiado com o troféu “Bandoneon” em uma de suas mostras no BANRISUL. Buscando tornar seus quadros mais acessíveis ao público, passa a expor em cafés, bistrôs, agências bancárias, delicatessens, lojas de móveis e decorações, teatros, escolas, lojas de indumentárias gauchescas, óticas e condomínios residenciais. Expôs também no SESC, Casa do Artesão e Centro Municipal de Cultura de Gramado, RS, durante o Festival Internacional de Cinema. Foi artista convidada para a comemoração do cinquentenário da escola SENAI – Visconde de Mauá quando expôs na Semana Artístico-cultural. Em visita à sua terra natal, foi convidada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo a expôr sua obra, também na tradicional Pousada Cisne Branco, naquela cidade. Retoma a itinerância de suas exposições, dessa vez tendo litoral norte gaúcho foi incluso na rota. De volta à Capital dos gaúchos, ficou entre os selecionados do XIV concurso de Artes Plásticas da Câmara Municipal de Porto Alegre. As galerias Capannone Di Arte e HR hospedaram suas telas.

    Disposta a inovar, inicia o trabalho de pesquisa na composição de suas telas pintadas a óleo introduzindo materiais descartados pela natureza.

    Foi a artista homenageada da edição especial de aniversário de um ano da Revista do Mancuzo, tendo ainda exibidos os mesmos quadros na mostra “A Natureza em Várias Formas” no Bourbon Country, em Porto Alegre.

    Solidária a causas sociais, doa parte de sua obra para leilões promovidos pela Associação dos Portadores de Hepatite Crônica do ES e para o “Projeto A Arte não Abandona” sendo este último realizado nas dependências do Theatro São Pedro.

    Desenvolveu em parceria com o ator, figurinista e produtor executivo Fabio Ernesto Mancuzo, o guarda-roupa do espetáculo teatral “SANTOS DUMONT ESTÁ VIVO.